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Reciclagem de Orientação em Montanha

Nos dias 16 e 17 de Março, a equipe de Montanhistas mais bem humorada e preparada da região, iniciou suas atividades de 2018, ou como diz nosso Montanhista Jef “Aberta a temporada de atividades Mountain Trace”. Às 13h00min o Grupo se reuniu em Guabiruba no bairro do Lageado Alto para a realização do primeiro evento do ano, e como primeiro evento nosso foco foi a Reciclagem das habilidades necessárias para um Montanhista estar preparado para o decorrer do ano, para isso disponibilizamos o evento apenas para associados, atletas e profissionais da área. Dentre essas habilidades o maior foco foi a orientação em ambientes inóspitos e de alto relevo, para isso escolhemos o Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Guabiruba SC, mais especificamente o Rio Cristalina. No inicio da reciclagem foi passado algumas informações relevantes sobre o ambiente em que estávamos nos inserindo, como história, índios que habitavam, Flora, Fauna, os Ribeirões do Parque e algumas curiosidades da região. Na sequência foi passado uma pequena instrução sobre a leitura do mapa topográfico, equalização da bússola, leitura da escala, rosa dos ventos, etc, mas acabamos nos aprofundamos no conhecimento técnico por conta da experiência que o grupo que já possui. Nosso maior estudo foi na análise das elevações, a “ferradura” do Vale do Rio Cristalina, as divisas municipais, as nascentes, as variações dos tipos de vales, os ribeirões, os locais de visual e o mais importante, o estuda da progressão do grupo e a constante conversa de antecipação dos fatos para preparação do grupo. Nossa progressão iniciou às 15h20min e o inicio foi fácil, nossa direção foi oeste (sentido nascente do Rio Cristalina) com um baixo degrau de elevação, a região é repleta de nascentes e vários rios foram cruzados e quem conhece os ribeirões que constituem o Rio Cristalina sabe o que é beleza natural. Após meia hora de caminhada nos deparamos com o primeiro obstáculo do grupo, pois o rio havia passado por grandes mudanças devido as fortes chuvas que ocorreram no verão, para isso o grupo usou de uma das técnicas passadas e mesmo um pouco fora da rota, achamos a continuação da trilha e ai começava a verdadeira orientação, com muita leitura das curvas de níveis e antecipação dos obstáculos. Ao chegar nos 30% do trajeto optamos por refazer a leitura do mapa e identificar um rio próximo para um leve repouso antes de iniciar a “escalada” do Morro do Carneiro Branco, sem pestanear o grupo identificou o vale vindo de Sudoeste logo a frente e então seguimos e confirmamos o Rio, um pouco estreito em comparação aos que havíamos passado, mas água é água e isso que nos importava. Por volta das 16h20min iniciamos a “escalada” e o mato tomou conta total do trajeto, dificultando a orientação e o deslocamento do grupo, o que acaba gerando outras situações que atrapalham na navegação, afinal estressa mais, tira um pouco de visibilidade, dificulta por conta das grandes mochilas, porém a casca de resistência que criamos por conta dessas variáveis só fez de nós melhores navegadores. Aos 70% do trajeto realizado, cerca de 750m de altitude, a neblina tomou conta do pico e a orientação, é claro, dificultou, mas novamente fortaleceu, sem contar a entrada correta que levava ao pico, que tomou um pouco de resistência a aceitar no inicio mas ao longo da caminhada ganhou credibilidade pelo deslocamento sudoeste que o grupo tomava ao alcançar o pico e ai entra uma das habilidades mais importantes e decisivas do navegador, Norte ou Sul?, afinal se errar, é o dobro a percorrer, e naquela altura do campeonato, com muito vara-mato, calor, mochilas pesadas, etc, a decisão se torna um pouco mais difícil, mas repito, isso fortaleceu. Chegamos no pico do Carneiro Branco às 17:50hrs, logo foi dado mais uma instrução final sobre a orientação e já iniciamos a montagem do acampamento, o Kola já estava limpando a área, preparando nossa cama de palhas e buscando lenha para a fogueira e os demais na organização das barracas e preparando os lanches. Após a janta arregrada que cada um elaborou, o pessoal foi dormir e quem acordou no meio da noite pode ver a neblina sair e as estrelas aparecerem, mas num curto prazo. Ao amanhecer o Sid já estava com o som no ultimo às 5:50hrs, o Kola quase jogou o Sid lá de cima, mas o saco de dormir quentinho o conteve. Tomamos o café da manha, desarmamos o acampamento e tomamos o rumo de volta para nossos lares. Nosso retorno levou cerca de 2 horas e o bom é que o grupo já conseguia nitidamente analisar e sentir cada característica topográfica no deslocamento, e por conta de uma cultura da Mountain Trace, sempre repassavam aos demais os próximos obstáculos para que então se preparassem e, ou, analisassem em conjunto. Isso, ao final, passou credibilidade e progresso na ciência de navegação dos montanhistas, e uma boa preparação para os desafios e obstáculos do ano. Finalizamos com uma comemoração na Kombi e nosso condutor e orientador responsável, o Lilo, ou Lico, ou Lico véio que também pode ser chamado assim, pirou e acabou surfando encima da Kombi para mostrar que a Mountain Trace também sabe surfa, mesmo que nas montanhas.

Montanhistas:

André Klabunde Kohler

Jefferson Costa

Murilo Kreusch França

Sidney Machado

Tigre (cachorro)

Guabiruba, 16 e 17 de Março de 2018.


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